sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A Certeza da Incerteza na Web

A facilidade e a liberdade quase ilimitadas de publicação que caracterizam a Web acabam colocando em jogo a credibilidade das informações que podem ser obtidas por tal meio. Não é de se espantar o fato de a nova mídia estar repleta de sites que se dizem noticiosos, veiculando informações nem sempre confiáveis e, mais do que isso, lixos imediatistas. O que desperta a necessidade de se reaprender a absorver a informação de forma que não se seja "enganado" pela mesma. Essa nova forma de absorção é desafiadora pelo fato da urgência de se obter informações ser a principal condutora da navegação de muitos usuários na internet. Esse senso de urgência na obtenção das informações gera uma aceitação do que é veiculado e baixo interesse e tempo para verificação de sua validade.

Um exemplo que colocou em questão a credibilidade de uma das grandes empresas veiculadoras de notícias nascidas na web (UOL) foi a publicação de uma imagem enviada por um internauta em relação ao acidente ocorrido com um dos vôos da TAM em 2007.

Imagem original:


Imagem gerada por montagem:


Forma como a notícia foi publicada (sem verificação da real validade da imagem enviada):


No mesmo dia em que foi publicada a imagem foi retirada e um pedido de desculpas da UOL foi postado, porém a imagem permaceu no ar tempo suficiente para milhares de acesso (ver matéria completa aqui).

Outros exemplos de informações cuja origem é duvidosa estão nas famosas "correntes via e-mail". Conteúdos criados e espalhados pela web graças ao senso de urgência natural dos usuários atrelado ao hábito de não realizar uma verificação à respeito, devido o tempo que isso gastaria. Estas correntes são contituídas de uma história que pode ter um fundo de verdade, frases de caráter alarmista em caixa alta, promessas de resultados imediatos com ajuda do leitor, nomes de pessoas e encerramento com uma frase do tipo: "Repassem essa mensagem a todos que você conhece". Como forma de exemplificar a importância da verificação das informações, alguns sites (como o http://www.e-farsas.com/)se dedicam a realizar algumas investigações em relação a essas tão difundidas correntes. Um exemplo seria o e-mail em nome do Projeto Aconchego no qual se procura família de criança.

Notícias circuladas na web e que, de fato, despertam grande curiosidade são aquelas relacionadas a acidentes, conspirações e flagrantes, como o desse vídeo mostrado a seguir:



No vídeo podemos ver um avião - boing 737 - fazendo um pouso forçado em uma praia. Tudo é gravado por um turista que estava aproveitando suas férias. O filme é impressionante, mas será que é real?

Essa cena é, na verdade, mais um dos muitos vídeos que alguém faz para poder divulgar marcas de algum produto ou serviço! É o chamado marketing viral. Esse filme, foi feito em maio de 2008 e faz parte de uma campanha criada pela empresa de publicidade Young Works para a agencia de viagens X-travel. E abaixo podemos assiti-lo, na íntegra.



Note que o final do filme foi cortado na primeira versão para que fosse ocultado o logo da empresa. No site da Young Works, eles contam que fizeram o filme e lançaram, em primeiro lugar, em um site espanhol chamado Ultimas Vídeos. Depois de apenas 1 mes o vídeo já tinha alcançado mais de 2.000.000 de visualizações!

Diversas destas informações são absorvidas como absoluta verdade por algumas pessoas, pois não se pode garantir que a estas como usuárias tenham o interesse e/ou o tempo necessários para se averiguar a veracidade das informações veiculadas. Ao visualizar imagens como a mostrada a seguir, o usuário precisa ter conhecimento prévio das características do local para verificar a validade da fotografia:


Para os que conhecem a cidade de Belo Horizonte e sabem que trata-se da capital de Minas Gerais (que é um estado não litorâneo) a fotografia tem como papel a transmissão de uma mensagem divertida. Mas para uma pessoa que não ocnhece o local o qual pertence a "Igrejinha da Pampulha" e suas características, a imagem pode ser interpretada como o verdadeiro retrato do local.

Não há, atualmente, entre fatos, acontecimentos e o leitor alguma técnica ou norma que garanta a validade da veiculação daqueles à este. Cabe a cada um dos receptores decidir, por si próprio, que informação é ou não é válida.

Diante à necessidade de se formar um olhar mais "clínico" ao conteúdo veículado na internet, que critérios utilizar para atestar a validade e a credibilidade das informações?

Autor: Fabiana Bustamante

Um comentário:

  1. Como já dito, a liberdade de publicação na Web é quase ilimitada. Como conseqüência, todos podem escrever o que quiserem e vez ou outra vamos alguém vai se deparar com esta informação. Ao utilizarmos a Web como ferramenta de busca de informações para construção do conhecimento, temos que ter em mente que nem tudo que está escrito é verdade por mais crível que possa parecer.

    Particularmente, quando tenho a necessidade de fazer este tipo de busca, em primeiro lugar recorro a fontes já conhecidas da informação que procuro. Assim, evito correr o risco de utilizar informações de fontes duvidosas. Caso isso não seja possível, recorre ao velho o bom Google, melhor buscador da Internet na minha opinião. Mas é claro que nem tudo que ele traz pode ser aproveitado. Em um primeiro momento faço diversas pesquisas e leituras rápidas nos resultados. Com isto posso gradualmente aprimorar o uso das palavras-chave pesquisadas para que o resultado seja o mais próximo do esperado. Quando encontrar algo que realmente parece ser de interesse, eu julgo a fonte desde o cuidado que seus desenvolvedores tiveram em preparar seu layout até mesmo aos erros na linguagem utilizada. Assim, posso averiguar pelo menos em parte o comprometimento e interesse dos autores pelo publicação em questão.

    Alguns dicas que posso dar são:
    Fóruns não são para pesquisas avançadas mas sim para resolver problemas.
    Buscar inicialmente sempre o “site oficial”, ou seja, no caso de filmes, software, instituições, etc, o site oficial é sempre um bom início para pesquisas.
    Desconfiar quando há muita propaganda: normalmente quando um site tem muita propagando está mais preocupado com o retorno financeiro do que com o conteúdo da página.

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